Fez em silêncio e com arrelia
A razão da fuga e da dor semente
Plantada no coração que mente
E que tanta tristeza cria
 
Não poderá do amor abdicar contente
Sem pecar por pura fantasia
E esconder de ti toda a agonia
Do amor que nega, mas ainda sente
 
Fez em silêncio e com ironia
A solidão que pôs a paz ausente
De tudo que existiu com a gente
Quietou-me a voz e minh’alegria
 
Resta-me apenas e tão somente
Nutrir de amor a minha poesia
Dar mais calor às minhas horas frias
E dar mais vida ao meu viver dolente