Pelo escuro do mundo, invade-me o medo
Em noites sem luar, sombras invisíveis
Ameaçam as estrelas, violando o segredo
Do orgasmo da noite, em cores ilegíveis

Retratos sombrios em sonhos que precedo
Pesadelos presos, lembranças horríveis
Da madrugada fria, pensamento bêbado
Na correnteza dos dias, vivos e terríveis

Repentinas sombras despejam a tristeza
No cotidiano silencioso do pulsar do coração
Desfalecido pela angústia inquieta sem razão

Fobias da alma me cegam a natureza
Perpetuam a incerteza em noites de solidão
O receio que me rouba o colorido da paixão

 

Murilo Celani Servo
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