A vida no sertão, sofrida, mas de valor,
Sempre no trabalho duro, aquele lavrador,
Labutando sob um sol, morrendo de calor,
Ainda assim tudo que faz, sempre faz por amor.
Homem de respeito, em seus olhos existe fulgor,
Faz tudo em dose certa, sem tirar nem por,
Cresceu sem pai nem mãe, foi seu próprio mentor,
Sempre na esperança da sorte se virar a seu favor.
Mas por mais que fosse forte, às vezes passava amargor,
Sua vida não era fácil, mas de dificuldade e dor,
Merecia era algo melhor com muito louvor,
Implorava aos céus “me tire daqui, oh senhor”.
Mas a sorte enfim pra ele começou a virar,
Sentiu que finalmente sua vida iria melhorar,
Um presente digno a quem se mata de trabalhar,
Pra no fim do mês, quase nada ganhar.
Nosso humilde sertanejo, na loteria estava sempre a jogar,
E em uma dessas jogadas a vida veio a lhe presentear,
Com uma pequena aposta e uma bolada a faturar,
Viu sua vida de uma hora pra outra mudar.
Continuou no sertão, mas decidiu se aposentar,
Virou patrão admirável, todos estavam a ele respeitar.
Boas condições de trabalho era o que ele tinha a ofertar
Pois tudo que ele passou não queria ver outro passar.
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