Vou seguindo, caminhando...
passos lentos, ora cansados,
ora ansiosos,
rompendo espaços não chegados,
chegando em princípios sem fim
pontas de areia, devastados jardins

É tade?
É cedo ainda.
O tempo e o espaço
hão de encontrar-se
e preencher os espaços angustiantes
da espera sem fim.

É cedo.
Ainda há tempo para prosseguir,
caminhar por entre desconhecidos vales,
inquietantes sombras a lhe seguir,
Até vislumbrar, por entre as
montanhas altas, o brilho
do sol, a despontar-se

E, no cume mais alto,
águia renovada, asas reconstruídas,
voo sereno, alado sereno,
por sobre os campos,
De novo, seguir.


Otelice Soares
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