O candelabro revela as sombras sedentas;
Maldito anoitecer, toma-me pela mão,
Seduze-me com teu cenário tenebroso,
Concede-me o teu negro comando;
Além dos altos cumes e densas florestas
O crepúsculo que preenche o firmamento
Com beijos lucífugos engrinalda nas brumas
Arrastando suavemente pelas sombras
Para assassinar.
Preludia a devoção de teu coração,
Eu sou ele – contempla-me! –
O absoluto herdeiro das trevas assassinas,
Satanás em gala para um funeral,
Baco irado a deleitar-se em lençóis adúlteros;
Nesta noite invernal, as estrelas cintilam.
“Dorme, cidade maldita!”
“A beleza dorme e anjos choram
Pela sua bela alma imortal;
Em resposta, todo o mal escolhe
Clamá-la seu bem mais precioso.”
Os mortos deleitar-se-ão em falar sobre ela
Em sombria oratória em línguas necromânticas
Quando a luz do dia desfalece nos céus.
Sobre o cadafalso nesta noite invernal,
Quando as estrelas assustadas comparecem,
Os serafins esconder-se-ão derrotados,
E a inocência, humilhada, toma caminho
Para o meu castelo.
Eu reino como um príncipe ao cair da noite;
Sobre o cadafalso nesta noite invernal,
Eu sou agraciado pela Treva assassina
Para todo o sempre.
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