MATA INTIMA
 
Agora ando em uma mata intima,
extremamente cerrada e cheia
de espinhos, onde mal consigo
andar.
 
Espinhos dilacerantes de minha alma,
que representam os meus erros pelo meu
desespero.
 
Espinhos dilacerantes do perdão
que pedi humildemente e que não tive.
 
Espinhos dilacerantes do silencio
ensurdecedor que tanto me sangra.
 
Espinhos dilacerantes do Sinal
que tanto pedi, e tive virtualmente
do modo mais inimaginável
que podia receber, é o Sinal
da Liberdade.
 
Mas há momentos nessa mata
espinhosa, onde surge uma linda
clareira.
 
Clareira esta, com folhas outonais
e ao mesmo tempo flores primaveris,
que são regradas por minhas lagrimas
amargas.
 
Onde também há uma linda cachoeira
com uma Mandala colorida e de um
movimento incrível, com as pontas
cheias de predicados únicos.
 
Ha uma Fada nela, Fada esta com
um olhar enigmático, olhar este
de uma meiguice pura e ao mesmo
tempo de reprovação.
 
Ha muitos Bem-te-vis, em volta
da Fada Meiga, que é a trilha
sonora do Bem Querer.
 
Ha uma Borboleta Azul e Preta,
que pousa em minha mão,
enquanto admiro toda a clareira
em meu redor.
 
 
Ah, Clareira que representa
as minhas doces recordações.
 
Mas, de um momento para outro
A Mandala se desmancha na
cachoeira que se esvai também.
 
A Fada Meiga, voa como
uma estrela cadente, com os
Bem-Te. Vis cantando ao seu redor
 
E a Borboleta, se transforma
em um punhado de areia,
que escorre pela minha mão
e o vento leva para longe.
 
E então volto para a Mata Intima
cerrada e espinhosa, que é o
caminho que terei que seguir.
 
E sigo com o meu Coração
pulsando o Amor mais
indescritível, mas com um
Punhal encravado nele,
que eu jamais conseguirei tirar.
 
M.A. Tisi
 

Marco Aurelio Tisi
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