Lá de onde eu vim
O mato brota do chão -
Viçoso, como capim,
Tão seco na plantação!

Ah!, o céu estrelado,
Ah!, o meu alazão!
Vou molhar a cidade
Com tanta saudade
Desse meu sertão.

Saudades de meu sertão -
Ou não, ou não.

Rostos passam por mim,
Meus olhos dizem que não.
Lembranças de um tempo ruim
Mutilam meu coração.

Mas as águas serenas,
Qual espelhos no chão...
São miragens armadas
Pelas alvoradas
Dessa multidão -

As nuvens da solidão
Serão, serão?

Pois do caminho do sol
Os trilhos se afastarão
E a chuva, ainda que só
Regará meu rosto em vão

Viagem do meu destino,
Longe desse lugar
Não importa onde esteja,
Com essa peleja
Eu vou encontrar.

Acho que vou me encontrar.
Pelejo pra me encontrar.

Chegar, chegar...

Para ler ouvindo o Trenzinho do Caipira, de Villa-Lobos.
Philidel
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