A espera de um trem

Sentado está na plataforma
A espera de um trem
Olhos fitos nos trilhos
Com ansiedade, mas nada vem.

Passa a hora, pressa e passageiros
Tunza umas três vezes
Pois tudo é corriqueiro
Um rato atravessa o trilho,
Algo já mudou.
As lembranças o invadem,
Mas nada voltou.

Parece ser eterno
O momento de espera
Tudo é só demora
Neste dia de véspera.

Encarcerado no tempo,
Desolado na estação,
Torturado pelo relógio
Nos segundos de involução.

Uma música invade a mente
E não para de tocar
A melodia é fiúza
E só faz recordar
D'um dia de marasmo
Numa outra ocasião,
Reminiscência de outrora
Numa outra estação.

Gabrielle Portella
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