O PALHAÇO
 
Com muita tristeza e solidão começa a chorar.
Mas o camarada bate na porta do seu camarim,
E manda aprontar.
Ele veste a calça,
A camisa também começa vestir.
Pega suas tintas, pinta seu rosto começa a sorrir.
Esquece sua dor, suas agonias, tristeza e solidão.
Em seu peito humano, existe agora alegria e satisfação.
Houve o sinal, sai correndo.
Tropeçando, calambiando, continua a sorrir.
Houve os aplausos de uma platéia que quer divertir.
Faz suas gingas, cambalhotas, sobe no trapézio e salta dali.
Todos aplaudem, gritam e também sorri.
O espetáculo termina.
Todos vão embora, ninguém mais ali.
Não tem mais aplausos, ninguém mais sorri.
Lava seu rosto, olha no espelho e começa a chorar.
Com lágrimas nos olhos, deita e começa a dormir.
Tem pesadelo, salta da cama e começa vestir.
Corre para o palco.
Porém no escuro tropeça, e começa a cair.
Acorda assustado começa a chorar e também sorrir.
Udi  03/04/76
 

VALDIR A. SILVA
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