Passo meus dias contando segundos, contando o tempo, que parece não passar.
Tempo de agonia, da agonia que sinto.
Gasto todo o tempo que posso a lhe observar, a observar as curvas, o jeito meigo, os carinhos, o sorriso, os olhos, sua boca.
Observo com atenção cada passo, cada olhar, tudo enfim. Porém a mim resta somente observar, par mim foi negado o privilégio de sentir.
Ainda acusado sou de coisas que fiz sem perceber, sou acuado pelas coisas que pensam que fiz.
Vivo num mundo onde tudo que me resta é o sonho de possuir algo, algum dia que dê um sentido à minha vida tão grande quanto me deste.
Sua negação não muda nada, luto contra mim mesmo todo dia.
Mas um pequeno vislumbre seu é capaz de tirar toda minha força, toda a minha capacidade de esquecer-te.
Não possuo mais força para vencer os sentimentos que insistem em jogar este marinheiro inexperiente de volta ao barco.
No fundo, no fundo, não sou nada.
Nada além de um marinheiro buscando o naufrágio.
Nada mais que um ser que sofre sem você, apenas mais um.
Mais um observador em um jogo cruel, somente mais um, mais um.
Um poema dedicado a todos que já se encontraram sem forças para desistir daquilo que desejam e não podem ter.
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