Maravilha, de noites mal dormidas
Maltrapilha, desperta a minha ira
Pura lira encanta-me teu ego
Egoísta, me tomas para ti
Sem pudor, enlaça-me em teu seio
Desumana, amores sem arreio
Arreia, a última toada
E vive a vida assim à toa
Preparada, risonha, toda boa
Cantada, tua voz ao vento ecoa
Ouço o som que nunca nego
À luz da lua
Coitada, jogada a sós na rua
Renegada, corpo de beleza nua
Numa noite de frio cego
No escuro, tenso breu
Cego de amor desumano,
Preparado para vê-la, maravilha
Maltrapilha, renegada e coitada
Cantada sem pudor, só
Repousando em braços meus.
Renato Gaspar
© Todos os direitos reservados
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