Feito nódoa, aderente,
Tua imagem translúcida
Assombra minha mente
Meio bruma em brasa desnuda.

É tanto fogo em labaredas
Que quase me matas de amedronto.
No atrito de tua carne deixas-me tonto.
Consolas-me, depois, em tuas suadas veredas.

Levas-me por úmidas fendas,
Como aventureira ninfa num frenético galopar,
Que de tanto desnorteio, a mim quase me falta ar.
Envolves-me no teu gozo, serena.

Análoga a gueixas,
De bruços te deitas
Uma quase santa excomungada.

Mastiga todo chocolate n’uma bocada
E regozijas de malícia
A sorver o instante de delícias.

Curitiba, 11/11/2002