Sempre fui "cabreiro" com os médicos,

Por temer-lhes "certos" rompantes;

(Pois têm médicos tão pedantes,

Que chegam  a ser  "proibidores")...

Evito, sempre, consultá-los

(Para não ter que aturá-los)

Mas não lhes tolho os valores.

 

Precisei, porém, certa vez,

Do "concurso"  destes amigos

(Pois algo ocorria, comigo,

Que eu não conseguia assimilar)...

Disseram-me ser um bom doutor,

Estudioso, dedicado, observador

E eu resolvi o procurar!

 

Liguei, marquei hora, compareci,

Paguei, (no boleto), antecipado;

Notei que estava ocupado

Mas decidi lhe aguardar...

Huma hora, depois, decorrida

(Eu já estava meio p.. da vida)

Ele resolveu me chamar!

 

Fez-me perguntas às baciadas,

Se eu bebia, se eu fumava...

(Com que frequência eu transava),

Se isso.. Se aquilo... (sei não)...

Depois de  quase virar-me do aveso,

Deu-me, num cartão, o endereço,

De um médico do coração!!!

 

Eu fiquei ainda mais "cabreiro",

Mas fui ao tal cardiologista

(Que tinha uma bela recepcionista)

Bela de rosto... bela de pernas)...

Fui muito bem recepcionado,

Num predio  recem inaugurado,

Numa instalação das mais modernas!

 

Passei, de novo, um bom tempo,

Consultando as mesmas revistas

(E "xavecando"  a recepcionista,

Que eu já dava por "cantada")...

Foi quando ele apareceu,

Me examinou e esclareceu,

Que o meu caso não era nada!

 

Recomendou-me férias, descanso,

Sossego, relaxamento, paz;

(E deixou-me contente demais,

Quando me disse, a sorrir:

_Não descobri nada preocupante,

Você é sadio, tem bom semblante,

Mas tem uma dieta a seguir:

 

_Vais tomar, daqui por diante,

Uma cerveja, todos os dias;

(Esta é a melhor das terapias,

Para lhe melhorar o astral)...

Voltei para casa agradecido

Cumprindo, até hoje, seu pedido,

Pois é um médico sensacional!!!