O poema desse Homem !

 
Ah , esse prazer de poder te odiar
Caminho natural que fez com as próprias mãos
Certeza de que sou humana e que perdão é palavra vaga !
 
Ah, esse amanhã tão azul onde tu não existes no horizonte e seus ventos sopram a distância.
 
Desejo que o amargo dessa frieza que trazes na boca , e nesse agir vil e lastimável ,de homem esquecido, se espalhe pela tua alma.
 
Ah, essa alma que está em rascunho, e arte final demora a passos tortuosos e quase sempre contrariados de Homem sem brio e sem lastro
 
O tempo vai emoldurar esse retrato, ponto quadrado no espaço
E na esquina onde eu o vi, o milagre acontecerá
Serás invisível aos meus sentidos!
 
Te garanto , não pesará sobre tua alma morimbunda a minha ruína
Ah, esse homem que não se vê no espelho, não sebe usar as mãos de um simples e triste homem ainda jovem !
 
Homem Triste, caminha olhando o chão , olhar vazio de quem não sabe desejar nada
Curvado, quase dobrando-se, o pés abertos na passada sem apoio, por vezes tropeça.
 
Sem ritmo, ou criatividade, ele imita os demais, nada é seu, nada é criação sua!
Semblante com expressão translúcida, não brilha esses olhos caídos, de Homem vazio!
 
Homem de qualquer toque, de qualquer lugar , vazio !
 

 

Lygia Zamali Fernandes
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