A derradeira Valsa

A derradeira Valsa

Diante da verdade emudecemos

Canções e passos , mãos dadas , um vestido ao vento .

Estamos diante do precipício , e nossas mãos estão distantes , você não vai me segurar pela última vez ?  Doce amargura , triste ternura , horas vãns , perdidas em um amor tão falso quanto essa valsa , meu cínico bem amado

Pela tua boca a única verdade possível , Adeus !   Rogo , Peço , Imploro a tua distancia , há lagrimas que traduzem , mas há lágrimas que confundem .

Por que tens medo meu bem ? caminhamos junto até aqui , por vezes olhando ao largo e querendo fugir, mas chegamos aqui . 

Mas como crianças diante do poço , não vamos olhar ao fundo , nem jogar a pedra , daremos á volta , eu por um lado , vc por outro , um beijo na brisa e um coração sombreado , laços atados , laços desveitos , uma criança no poço , no fundo do rio , em meu colo , teu filho que não verá o sol , meu filho que ainda pedirei o perdão para a morte injusta .

Filho só meu, pois a dor é só minha , nessa dança onde sabendo que você não sente nada , que coração estranho esse seu !

Vai me deixa com meus sonhos , onde ainda tenho a minha antiga paz , siga seu caminho de enganos e subterfúgios planos de controle e poder , lamento não ser o peão certo dessa jogada ! não dance outra valsa , a ultima já se foi !

Lygia Zamali Fernandes
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