Ele entra sorrateiro pela porta
vem pantaneiro buscar o sangue
doce néctar que corre nas veias
Ele faz muito barulho para fugir
pela janela do medo humano
quer agora o seu sangue sugar
Só quer o doce medo profano
dos gritos que ecoam aos ouvidos
em labirintos perdidos num túnel
Na luz que ofuscam os olhos
batem forte e esbugalhados
nas duras paredes do cérebro
O sangue coagula na jugular
escorre pelos dentes pontiagudos
do vampiro em forma de morcego
Fugindo da luz refletida no tempo
escapa pela pequena porta de entrada
bebe do medo o doce licor da vida
Lucélia Lima
© Todos os direitos reservados
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