Afinal
Não me conformo com a justiça dos poderosos
Nem me satisfaço com os “prazeres” das ditas massa e elite
A tal da riqueza, me causa repulsa, afinal, ela é a tão temida miséria
Cada vez que consumo me consome,
te consumo
Não possuo delírios de grandeza, porém, não aceito nunca ser reduzido, iludido
Não fujo dos atos para preservar a existência
Para mim ela se resume em um ato
A existência é um ato
Alimento os sonhos e sinto os pesadelos que lhes são inerentes
Aceito a tristeza a angustia, que nos são inerentes
recuso sempre, a terapia da anulação,
destruição da personalidade
que se chama “paz interior”, psicotrópicos, alienação
Tenho consciência da tragédia!
E sei que não se foge da história
Nunca se fica neutro
Ou legitima ou questiona
Conserva, ou revoluciona
Tenha consciência da tragédia!
Todos temos sangue nas mãos
Então não chore por nossa hipocrisia
Afinal
Ela não se resume em um ato
Gilson Amaro –14-09-2005
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