Numa Sexta á noite fui pra balada,
Pra curtir a noite, e tomar uma gelada.
E na balada, conheci uma mina gostosa e baixinha
Chamada Ritinha.
 
Ritinha era baixinha na altura,
Mas grande na gostosura.
Seu cabelo era preto como carvão,
E seus olhos brilhavam como um sol de verão.
 
Convidei-a pra dançar
E ela aceitou.
Ao dançarmos agarradinhos, comecei a me excitar.
E ela, me observando, parece que gostou.
 
Depois de copos e mais copos de caipirinha,
Eu já estava bebaça, e ela tava soltinha.
Aproveitei o momento pra pedir um beijo,
Mas ela negou.
Mas assim como um rato, com fome, não desiste de pegar um queijo,
Convidei-a pra ir á minha casa, e ela, meio á contra gosto, aceitou.
 
Chegando em casa, bebemos mais caipirinha,
E de mansinho fui enrolando ela na minha conversinha.
Até que consegui fazer com que ela me beijasse.
Logo após, falei coisas doces pra ela, dizendo que a ama,
Ela ficou derretida por mim, e logo fomos pra cama.
 
Foi uma noite sensacional!
Fizemos uma transa animal.
E, ao acordar, não vi mais Ritinha.
Procurei-a pela casa todinha,
E, quando olhei pra geladeira, vi um simples bilhetinho:
“Meu amor, ontem tivemos uma noite ótima, mas não me procure mais,
Pois sou casada, e meu marido não pode saber disso. Agora cada um, que siga seu caminho”.
 
Aquela carta me deixou dividido:
Por um lado fiquei feliz, porque consegui pegar um tremendo avião,
Mas por outro, triste, porque me apaixonei por ela, e aquele adeus partiu meu coração.
Depois daquele dia, nunca mais peguei outra mina igual ritinha.
Tentei procurar por ela, mas nem endereço dela eu tinha.
 
Meses depois, eu senti no meu peito uma faca que corta,
Quando ritinha veio á minha casa, e bateu na minha porta.
Com um bebê nos braços, dizendo que eu era o pai.
Eu não podia acreditar no que eu acabava de escutar,
Eu fique em choque, sem saber o que falar.
Naquele momento, ela disse com toda a felicidade do mundo:
“Parabéns! Olha só o presente que você me deu!
Eu rezava pelo momento que meu marido pudesse dar um filho meu”.
Ela não parava de falar, e continuou a explicar
Porque o marido dela não podia um filho gerar:
 
“Pena que serei mãe solteira, pois meu marido morreu num acidente de avião,
Mas estou feliz por ele não saber que esse neném, foi você que fez no último verão”.
Sinceramente, fiquei mais aliviado por essa declaração,
Voltei a ficar contente, e fiz á ela uma proposta decente:
 
“Ritinha do meu coração, já que esse filho fui eu que fiz,
Vamos morar juntos, e ser feliz.
E tem mais: você não vai ficar mais sozinha,
Pois nós vamos se casar, e você será a senhora Ritinha”.
 
Ela analisou bem a situação,
E aceitou o matrimônio com uma condição:
Eu tinha que o filho registrar,
E jurar, que nunca mais eu iria farrear.
 
E hoje, estamos comemorando bodas de prata.
Já tenho cinco filhos e dois netinhos.
E, relembrando nossa história de amor,
Faço uma reflexão:
E se o finado marido de ritinha não tivesse ido pro caixão?
Se ele descobrisse, era capaz de me mandar pro caixão!
 
Mas “ainda bem” que ele já foi pro céu.
E, mesmo assim, eu queria que ele ressuscitasse só pra ouvir minha declaração,
E agradecê-lo, do fundo do coração:
OBRIGADO, SEU CORNÃO!
 

Primão
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