Espero, um dia, voltar à terra
onde, como abrigo, plantei o último grão
num pequenino jardim
breve extensão do meu corpo
Longe dos campos, longe dos olhos
ainda plantam rosas de parafina
que alimentam canhão, destino de "Hiroshima"
onde um corpo, e mais um corpo...
Não só uma rosa
uma criança será mutilada
Logo, sem esperança
a vida estanca
O filho retorna à terra
e em atitude anti-humana
o homem articula
o "fogo covarde"
Longe da batalha, longe de quem sabe amar
o dedo nojento aperta o botão
o dedo sangrento aperta o gatilho
o dedo tormento aponta o canhão
Seguiremos na estrada
que leva ao jardim
em busca da paz
em respeito à vida
Que guarda, na última lágrima
a esperança de se ter aprendido a lição
"Fogo covarde", poema em parceria com o amigo e poeta Nilvano Andrade, é uma mensagem de protesto. No entanto, tem como objetivo buscar a paz dentro do coração dos Homens...Salvador-BA, 1995
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