RESPIRANDO O DESERTO DOS HOMENS

          
 
O remanso da alma
Tarda a se fazer aurora hialina:
A esperança vira estafa e se suicida,
 
Deixando-nos ao bel-sabor,
A bem que se diga,
Da violência fria, que pavimenta lancinante e imperativa
A jornada do sol de nossas rotinas.
 
Enquanto isso os barões do Hades e das armas ígneas
Transformam infinitos oásis ou banquetes da chacina
Em chafarizes onde jorram miríades e milhares de abjetas divisas.
 
Ah, esta Era empedernida faz do amor criança desnutrida:
Converte a oceânica opulência da alegria
Na mais suprema seca da Poesia:
No maior dínamo-nau da sua abissal e imorredoura agonia!
 
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

 

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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