Existem aqueles caminhantes alheios aos entorno penetrantes que tocam cansados ombros. Caminham sonâmbulos pelos subúrbios como os pés descalços e camisas de nobres sedas. A noite ainda não veio, porém os olhos estão lânguidos, em dolências doentes, os sentidos são sensíveis às mudanças e surgem diversas portas sem nome. Sinestesias simbólicas estão no ocaso do Sol, estão nas fisiologias mais ardentes, para afagar o filho que retorna a casa.
As imagens expressivas habitantes dos sentimentos individuais encontram satisfações nos teatros urbanos. Pois a morada de uma conquista é o rígido cinza da civilização. È a celebração da velocidade que entorpece a razão, pois os ébrios sorriem com mais insanidade que os curados – remédios sanam chagas com novas enfermidades.
Na noite anterior caminhavam multidões de homens solitários. As visões bidimensionais eram a arte da riqueza efêmera. Espaços percorridos com a rapidez cega da necessidade têm visões turvas e opacas da realidade. Nossos reis não precisam de exímios olhares ao pedaço do céu material, os braços e os desejos imperiais são fortes demais para segurar os anseios furtados. Amanhã as mesmas multidões podem caminham em mesmos tempos, em mesmo lugares na mesma gradação mágica, mas quem se lembra do dia anterior.
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença