Nem ao menos gostaria de ter todas
Ou muitas
Apenas uma, que fosse casta como a profana razão
Dos seres palpitantes de uma noite gélida.
Quem seria mais pura?
A virgem devassa, que sonha escondida
Nos tecidos vagos onde outrora clamava pureza
Ou a meretriz de lábios ardentes
Que jamais colocou segredos nos lençóis
Dessas virgens quero a inspiração do poema
E a distância do prazer do contato
O mover dos gestos lascivos
Para perceber como é triste a sua pobreza
Apenas uma libertina mulher
Que possua o sabor amargo de outras alegrias
E que conheça canções macias e ardentes
O som lastimoso das veredas
E mesmo que nem sem despeça no fim
Guardarei as mais belas lembranças
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