Olha o homem

Olha o homem caminhando calado
Levando na mão uma (enxada)
Como se fosse um cajado.
 
De estomago vazio e olhar distante
Que obstante ainda acredita que,
Vai conquistar o seu tão sonhado horizonte.
 
Sempre lavorando sozinho da aurora ao entardecer
Pensando em seus pequeninos, lavrava a terra bruta
Para lhes dar o que comer.
 
A sorte nunca esteve ao seu lado e já cansado
Só via o céu bordado, com nuvens de algodão.
A seca lhe consumia e levava com ela o seu roçado.
 
De tanto lavrar, o tal cajado lhe feriu a mão,
Um aperto no peito agoniado e sem jeito
Voltava pra casa sem trazer o pão.
 
Olha o homem que caminha que definha,
Pedindo aos céus misericórdia e compaixão;
-A seca que assola o meu sertão não é culpa minha.
 
“Olha o homem que caminha sozinho
saciado de fé e faminto de pão”.

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Jose Aparecido Botacini
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