Alma

 
Alma
 
Fiz de minha alma um canto triste de doces murmúrios,
De meu coração fiz as rimas de gemidos líricos,
De meu corpo a harpa que dela sai o som de mais pura dor deita-me sobre minha dor,
Que dor!
Ardiam-me as vísceras, continha me o espaço. Faltava-me a respiração.
Fugi de mim, dei espaço ao nada, tudo me assola, me afugenta me sufoca.
Oh!   Ânsia da incerteza, mais incerta, me faz sagaz,
Leve me ao mais puro e significante, sentido da vida,
Ah! Quanta vez ajoelhou-me diante de mim, tudo parecia real enquanto a irrealidade imperava o trono de minha ignorância, sem força.
Sentia-se o vazio, faltava-me o chão.
Que dor!
Vieram então à tona vendavais, desencontros, tudo era inevitável, chega então o desespero, a dor, dor sem fim, sem forças para esquivar-me me entrega numa dura missão, a lamentação de tirar de dentro de mim o que não consigo, pois fui muito bem cultivado alimentado com os elementos de combinação essenciais que muitas vezes ameaçadas por ervas daninhas pragas essas que corroem o aço mais resistente da alma e do coração.
Gritar!
Pra quem?
A voz do coração não tem eco, não tem som, se apenas sentimos o gosto amargo do fel e o desconforto no peito parece que ele em todos os milésimos de segundos se dobra de tamanho e vai apertando o peito como se quisesse sair , como se buscasse a liberdade, o ar a vida. Enfim
A dor.
                                                                             Autora: Re Carvalho
                                                                                            05/11/2010
 
 
 

Re Carvalho
© Todos os direitos reservados