Razão, emoção e saudade...

 
Dizem que em certo tempo chega a idade da razão.
Modificando os sonhos, crenças e ilusão.
Os dias vêm e vão sem muitas novidades
E no peito, um tanto cansado, mora mesmo a saudade.

Saudade daquela vida sem responsabilidade
Onde tudo era engraçado, ria-se à vontade.
Daquelas tardes de domingo onde se reuniam
Amigos de aventuras, traquinagens e travessuras.

Na mesa da cozinha, um bule de café
Bolos, doces e biscoitos, pão de casa e muito mais.
Feitos com aquele carinho por alguém que já não está.
Se foi pra deixar saudade, como tudo que se vai.

Igual aquele olhar carrancudo, serio e valente.
Que você amava e não deixava transparecer
Por vergonha ou receio se deixa de dizer
O quanto se ama alguém, até se arrepender.

Nas lutas desta vida, torna-se amargo e distante.
E os amores que tivemos é parte do passado.
Vêm às nossas mentes, mas ficam aprisionados.
Com medo de ser novamente, um amor abandonado.

Chegamos a um momento de extrema reflexão
Aceitamos com resignação o que a vida oferece.
Pedaços de felicidade que em nossas mãos aparecem.
Separados por fatias de tristeza e solidão.

Quando a realidade surge e toma conta da razão.
Mudam-se os valores, as idéias e opinião.
Percorremos o caminho traçado por nossas mãos.
E lutamos bravamente pelos dias que virão.

Nas lembranças, os sonhos a realizar.
Em cada dia o desejo de sempre sonhar.
Porém, tudo passa e tudo fica na memória e coração.
Só aquela saudade gostosa nos devolve a emoção.
(mbete/2006)
 

 

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