Se águia eu fosse,
voaria na doce
mansidão do teu desejo
percorria o teu céu,
e nele, deixava meu beijo
como da vida se tratasse.
 
Se águia pudesse ser
voaria directo
ao Jardim do Paraíso
e nele, jurava por ti
amor fiel e eterno.

Em voz doce e carinho
confessava de mansinho
ao deus da beleza
o meu segredo.
Adónis morreria de inveja
e jurava igual certeza
por Afrodite... Seu amor!

E para meu consolo
haveria eu de negar
repartir tão grande amor,
onde o deus da beleza
invejava  um pouco
de mim... que apenas sou teu.
 
Se águia eu nascesse,
faria voo picado
sobre o teu regaço
e acalmava meu cansaço
em teu corpo que desejo.

Enleava meu abraço
no colo do teus seios.
Nele, aconchegava-me
de mansinho, qual menino
carente de mimo que só
tu me podes dar,
num amor invejado
onde os deuses são felizes
por amor menos amado!

 
Se águia eu me tornasse
serias a minha pradaria
onde o meu voo e teu olhar
haveriam de se encontrar
num desejo posto em sossego.
 
Serias a minha praia
feita de areia dourada
beijada por doce mar
com odor a maresia.
 
Serias o meu ninho
Feito de amor e carinho
para gozo do nosso amor,
e sossego do nosso amar,
do nosso canto e poesia.
 
 
angelino
 
 

santos silva
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