RENITÊNCIA

Busquei

Na sorte

A vida

Sem morte,

No sul,

No norte,

No além...

 

Tropecei,

Insisti,

Levantei,

Recaí,

Suportei,

Me perdi

Por ninguém...

 

Recomecei

E tudo quis,

De novo errei,

Não fui feliz,

Não tive paz,

Só cicatriz,

Só compaixão...

 

Mas fui renitente,

Continuei na luta,

Pressenti o mar

Na minha conduta,

Com toda coragem,

Toda força bruta

Ante a imensidão...

 

Auscultei seu bramir

Como um eco no vento

Revelando ao infinito

Que chegou meu momento.

Então me desdobrei,

Revi meu pensamento

E a sorte malferida...

 

Atrevi-me na empreitada

Qual um  pássaro ansioso,

Bem no imo da minha alma

Fui tenaz e impetuoso

E reencontrei, com fervor,

O meu bem mais valioso:

Esta minha própria vida!

 

Luiz Carlos
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