Selvagem beleza
Alma do mar, nunca descansa
Natureza...não é mansa
Agitadamente dança
Vem a noite...de tristezas
As ondas avançam
Sem compaixão,violentas
Não se cansam
Constante vai e vem
Água salgada a ferir
Os olhos dos rochedos
Açoite nas pedras
Ouço gritos na orla
Lamentos de mundos
Distantes
Que vem e vão...
Para onde o vento levar
No vai e vem de impasses
Indecisões...
Lamúrias de um cais
Sem ancoradouro
Lágrimas passageiras
Apenas o vento
Em seu momento
A doida visão distorcida
Um ácido a corroer as paredes
De um cérebro,em desatino
Loucuras...
Não chores criança
Já é tarde
Sem juras
Vai,descansa
Jaz uma emoção,aqui
O anjo perdeu suas asas
E vai...
Para onde o vento levar
Enterrado no caos da solidão
Sem graça, sem vida, por opção
Pétrea esperança
Conchas amontoadas
Quebradas
O quadro do tempo
Esgotado
Ledo engano
Do passado que é passado
Que vai para onde o vento levar
Carangueijo adormecido
Se arrisca e vai e volta
Indecisão...
Perdido no labirinto
Areia dominada pelo vento
Não chores criança
Já é tarde
sem juras
Vai,descansa
E vai...
Para onde o vento levar...
© Todos os direitos reservados