Meus olhos na calada cidade
O rosto cálido das pessoas
Revela-me a fotografia dos mistérios
Das nossas pobres vidas humanas
 
Quanta juventude ainda em meu peito
As escolas coloridas por estudantes
Ainda cheio de esperança no coração
É como morder fruta madura
Colhida no pé
Ver a cidade desmaiada no colo da dor
Mas a luz no rosto dos estudantes
Faz-me seguir mais adiante
 
Não há o que entender
O lúcido coração do estudante
Sabe bem o que quer
Viver sem medo de morrer de amor
O bate-papo de banheiro
Conversa de corredor e muita paixão
Não haverá outro momento assim
É como canto de Passarim
Ave canora no peito do sonhador

Chico Marques
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