Eu vivo ganindo
Procurando atenção,
Balanço o rabo a qualquer gesto
De suas mãos.
Regurgitei minhas vontades
Para velar seu sono
Lambi suas feridas
Olhei seu jardim
defendi suas flores.
Enquanto seu perfume
Ganhou a madrugada
Seu cheiro arrebatava noites de desejos
Fiquei de focinho para o céu
Esperando sua volta.
Agora estou aqui,
Sem abano
Sem latido
Sem garra
Sem presa
Sou pesar.
Queria ser sabão.
Olegário Assunção
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