Metamorfose de um sorriso

 
Desde que teu sorriso me tomou de assalto,
E a alvura levou meu ânimo descrente,
Viço reina no meu peito, vivaz, jacente,
Poderes infinitos reúnem-se lautos.
 
Ter essa felicidade digna de arauto,
A cobrir de zelo a alma convalescente,
Mantém por encalço vigília permanente,
Cobra réplica sem abalo em igual contrato.
 
Nessas pradarias imaginárias a sinto,
Fluem os faustos tentáculos da aurora,
Fitam-me a aragem, do renascer proeza.
 
O olhar da imensidão do novo céu retinto
Arrosta o indefenso que ao divino implora
A mantença desta centelha de riqueza.

 
 

 

Elias neri
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