Minha poesia são pedras
Que, distraído, recolho ao chão
A esmo, em plena cidade
Com seus ângulos agudos, grão
Sempre ásperas e agrestes
Em sua parca simplicidade
Decaídas obras celestes
De escura fuligem, carvão
Panorama cinza, tristonho
Como os dias solitários são
Para muito além do sonho
Da inescrutável verdade
E do meu pobre desejo vão
Uriel da Mata
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