A PRINCESA DOENTE

Seu principado começou cedo,

tinha apenas dezoito anos,

meia criança

meia mulher

mas ainda assim...

uma princesa.

Um tanto marruda,

mas seu sorriso iluminava as piores tempestades.

Por vezes a vi chorar,

e até se lamentar,

nada podia fazer...

apenas amar.

Uma flor enclausurada,

um pássaro engaiolado,

uma princesa doente...

Minha princesa,

trazia consigo uma rainha ou talvez um rei,

dando continuidade ao amor para celebrar a vida.

Mas dizia minha amargurada princesa,

"Que vida celebrar se a princesa doente mal chegará a amar?"

Seu carinho,

sua vitalidade,

sua alegria,

hoje aonde está?

Num quarto frio de hospital,

numa vala,

num abismo.

Uma vida à continuar,

um sonho para viver,

um filho para nascer

... acabou a vida

acabou o sonho e

até aonde irá o filho da princesa doente?

Ó princesa,

não se vá,

aprendi a amá-la de um modo todo fraternal,

dói dizer adeus,

por alguém que tanto amo.

Minha princesa,

minha irmã,

minha amiga Patrícia.

Sua vida,

seu sonho,

seu filho,

está sempre junto do Pai.

Voe para junto de Deus,

seu rastro no céu será o arco-íris de fé e esperança,

a vida não acaba e

sim a dor do mundo.

Voe minha princesa.

Voe.

Voe.

Voou,

morreu,

apagou...

e no final descobri que a princesa doente era eu