Anjos
 
Se fossemos Anjos,
O Amor seria eterno,
A dor sempre ausente,
Ambas as almas unidas.
 
Se fossemos Arcanjos,
O beijo seria fraterno,
O abraço envolvente,
As carícias vividas.
 
Se fossemos Querubins.
De beleza intemporal,
Teríamos menagens,
E altares d’ incenso.
 
Se fossemos Serafins,
Derrotando todo o mal,
Entoaríamos mensagens,
De paz e d’ amor imenso.
 
Se fossemos sobrenaturais,
Voaríamos espaços e céus,
Zelaríamos por universos,
Protegendo os amantes.
 
Mas pobre de nós mortais,
De nudez amorfa, sem véus,
Feitos d’ úteros mais diversos,
Em infernos imersos, errantes.
 
Se fossemos, apenas, ascetas
Exilados e sós neste mundo,
Seríamos musas dos poetas,
Em líricos d’ amor profundo.

Triste Poeta
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