A fome que me consome
não é essa fome do homem
que vai da boca ao estômago
para, por fim, virar fezes...
A fome que me consome
quer saciar tantos desejos
desde o sabor de um beijo
à luz que um cego não vê...
Quer ser tempero da vida
quer ser o prazer suicida,
de quem morre por amor...
A fome que me consome
começa antes do café da manhã
e não acaba no jantar...
é fome compartilhada
por quem assim como eu
sente fome de escrever,
o que ainda ninguém leu...
É fome que exala o cheiro,
do doce sabor de venturas
de coisas passadas e futuras,
que são comuns entre nós.
A fome que me consome...
pode me matar de fome
mas não cala a minha voz.
Anélio "Rodrigo Di Freitas”
Anélio " Rodrigo Di Freitas"
© Todos os direitos reservados
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