Dessa vida minha quero levar as lembranças mais graciosas
e até certo ponto insignificantes à diante.
Quero me encontrar nas multidões, erguer-me a ela.
Quero cantar bem alto quando estiver no meio do mato
e saber que só as minhocas e borboletas me ouvem.
Quero dar de ombros ao desprezo que outros me sujeitam,
quero sorrir e rir bem alto em meio a tudo e a todos
que me despertarem essa vontade,
quero abrir os olhos de manhã e defrontar-me através da janela
com um céu lindo, azul penetrante.
Quero ter um namorado,
alguém especial que me peça em namoro,
alguém que beije as minhas mãos,
quero ter alguém que também me desperte essa vontade,
alguém que me abrace longamente,
alguém completamente fiel no sentimento,
alguém que não me traia, e se trair,
que seja apenas em levianos e vagos pensamentos.
Quero ter um filho ou uma filha,
singela e amável de coração.
Quero ter amigos que apreciem a minha companhia,
que fale coisas mágicas e significantes,
que me ouça sem tédio ou que me calem a boca se eu
estiver com os nervos exaltados.
Quero ter alguém que precise de mim,
assim como eu preciso precisar de alguém.
Já a precisando, digo-lhe:
Eu estou aqui.
Quero olhar nos olhos destes que me rodeiam
e sentir diferentes sensações das quais o encantamento,
compreensão, confiança, amizade.
Quero neste momento ser muito feliz
apesar de não ter, não ver e não estar com ninguém assim.

10/02/05