Clandestino me chamam,
Fazem de conta que não me vêm chegar,
levam-me tudo, tiram-me o meu próprio chão,
devagar, devagar, devagar . . .
Não sou bem-vindo aqui,
não se cansam de com palavras caras me alvejar,
desejam que volte para de onde vim,
mas não tenho para onde voltar.
O comboio da vida apanhei,
para chegar onde cheguei,
nos lagos que outrora foram chorados,
deixei todas as minhas lágrimas , os meus fardos,
fui deixando a minha marca nos meus passos,
pelos terrenos já por muitos ocupados,
desenhando a minha rota sem fim,
partindo do lugar de onde nunca vim.
Não me importa o que me chamam,
Clandestino é o meu nome,
Sou o joão dos que me amam,
nos aires ficam os sem fome;
Clandestino
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