DESTA JANELA TALVEZ NÃO VEJA
A BELEZA QUE DA TUA VÊS:
AQUI O SOL BATE QUENTE E FORTE
MUDANDO ATÉ A COR DE MINHA TEZ
MAS, NEM POR ISSO ME CAUSA INVEJA,
NEM MALDIGO A DEUS SE É A MINHA SORTE.
SE AQUI EU SINTO A POLUIÇÃO
DA MARÉ E DO POVO QUE MAL SE BANHA,
DEVE DOER, DA TUA JANELA, O CORAÇÃO
POR VER O HOMEM QUE NÃO SE ACANHA
DE PREGAR AMOR FAZENDO INJUSTIÇA AO IRMÃO.
QUASE NADA MUDA DE NOSSAS JANELAS:
DO TEU APARTAMENTO VÊS HOMENS DE MENTE POLUIDA;
DO MEU "APERTAMENTO" RESPIRO A POLUIÇÃO
DO HOMEM, DA LEI, DA VERDADE, DA RELIGIÃO.
QUE DIFERENÇA FARIA, TROCAR NESTE MOMENTO,
O PANORAMA VISTO DE NOSSAS JANELAS?
DAQUI TU VERIAS O CORAÇÃO DOS HOMENS,
DAÍ EU PODERIA SENTIR A DOR DAS FAVELAS.
(ano - 1998)
Leonilton Carneiro
© Todos os direitos reservados
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