Elas são ela

 

Curiosa essa vida,
ao crer-se
rígido o bastante.
Metáfora de musa bacante
e um rosto de menina
nunca crispado.

Deveria ter sido seu namorado
e fui - sem querer – seu algoz...

Bastaria ser apenas menos feroz
indagando-me onde houve erro.
Zeros a esquerda
e excessos de zelo
trancando destinos inconsubstanciados.

E eu , hoje aqui, meio anestesiado...

Janelas aos meus pés
e amor transpassado pelo viés,
sacramentado em poesias,
sugerindo viagens vazias
incluídos outros rumos menos ruins.
Cada caminho que chega em mim
ampara um fim ainda perdido.

São anteparos de sons e imagens,
ao amparo de mil miragens
ocultados sob poesia.


Antes, bem antes do antes,
menos ainda do que o receio,
amá-las é um meio
de cuidar delas
a minha moda.
sei que é difícil...

Por isso cultivo cada flor carmim
onde encontre-as.
Rezo por elas
mesmo que a lógica
indague-me
motivos.

Ogro da Fiona
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