Que me abre a porta, o inferno é visível.

Eu fico triste e choro o dia inteiro.

Tremendo em alma, coração salta

olhos dilatam, pensamentos flutuam

e viajo no mais poético imaginário.

 

Que me mostra a vida, que sem amor

nada serve. Que sem paixão não há açúcar,

que sem chegada nao há partida.

Que sem morte não há vida.

 

Mulher, cruel mulher. Vejo a minha vida

partindo com endereço certo: rua da amargura

bairro da angústia, número: sofrimento 1000.

 

Mulher, invenção do pecado. Alegria de estado,

efemeridade e inconstância declaradas.

Registra de hoje até o fim do dia

A emoção que é ver-te, por um momento,

pela chama acesa dos teus sentimentos.

 

Mulher, corre-te de mim. Me deixe em paz.

Sei que vou sofrer e pensar em ti por muitos dias.

Sei também que passa, tudo passa.....não, vc não passa, não!

 

Mulher, covardia encantada de colocar o inferno

entre homens, que morrem sem amar, que morrem

sem de dentro de si mesmo sairem.

 

Mulher, você é o fruto mais intenso

da árvore mais podre que existe.

 

Mulher, eu te amo, assim, do jeitinho que você foi feita

do sofrimento apaixonado que você representa.

 

Mulher, doce-amarga mulher.

 

Diego de Andrade
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