Um anjo caído
 
           
            Vou bordando o mundo perdido
        Em um quadro não pintado
        Pincelando as esferas do crepúsculo
        Matizando com cores escuras e foscas.
 
            Num céu de estrelas-cadentes voam anjos,
        Alguns caem com suas asas incandescentes.
        Enquanto a lua chora, eles se afogam nos oceanos
        De lágrima celestial, espatifando em gritos estridentes.
 
        De fronte à minha porta um pede abrigo,
        Aos prantos mendiga por um ombro amigo.
        Que posso fazer por ti anjo da solidão
        Já que contigo está o meu coração?
 
                                                 

Marcos Cunha
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