Começo uma poesia
Parece não ter interpretação
Todas as palavras parecem estranhas
Mesmo vindas do coração
..
A inspiração parece não chegar
Como se houvesse apenas um vazio
Como uma vela que não acende
Por faltar o pavio
..
Ao ir vendo o que escrevo
Parece que falta uma palavra
Procuro inspiração sem ser no coração
E viajo pela minha alma
..
Vejo nela muitos sentimentos
Coisas que pensava já não ter
Pareciam estar seladas num canto escuro
Como se não quisessem de volta aparecer
..
Comecei a dar um sentido
A tantas palavras que estavam no papel
Com elas dava um grande destino
Como as abelhas que fazem o mel
..
A colmeia dos meus pensamentos
Tem caminhos que parecem não terminar
Nenhum beco sem saída
Mas sim sempre dispostos a se dispersar
..
A tristeza segue um caminho
E em alegria se consegue transformar
A fraqueza causa lágrimas
Mas transforma-se numa força a recordar
..
Cada instante que vai passando
Parece uma eternidade em verso
Cada trilha que se escreve no papel
Parece ser um simples verbo
..
Cada percurso da escrita
Parece uma grande construção
De um passado que se torna presente
De um presente que se torna futuro em acção
..
Descrevo seres que se movimentam
E outros que ficam estáticos
A poesia parecia pequena
Mas esticou-se como os elásticos
..
As verdades parecem pinturas de letras
As fantasias esculturas divinais
A imaginação muitas alegrias
E as pessoas todas especiais
..
Agito as letras como se fossem ondas
De um bravo e tempestuoso mar
Solto nelas as gaivotas
Que transportam a poesia pelo ar
..
No horizonte vejo as mais variadas cores
Como se tudo fosse uma grande tela
A tela da vida que se vai relatando
Em palavras que fazem a poesia bela
..
E a poesia que se começa
Talvez nunca venha a ter fim
Mas o importante é que todas as palavras
Tenham significado para ti e para mim
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