Vi meu amor tratado assim
no desprezo amargo de uma inconsciência
pervertida na sombra do obscuro.

Vi meu amor tratado assim,
desfacelado num conto harmônico
educado e penoso.

Vi minha vida resumir a isso,
numa platéia de ratos, zombando
da minha solidão.

Vi meu amor tratado assim,
de forma tão cruel e sem chances,
de forma imoral e rejeitado,
pisado nos últimos confins.

Vi minha alma sendo tua,
meu coração sendo teu
e minhas lágrimas escapando das tuas mãos,
vi minha inabilidade perante à beleza feminina.

Vi meu amor tratado assim,
pisado sem ter deixado
o mínimo de amor em outro coração.

Vi, meu amor assim, mas do fundo do meu coração,
não volte nunca mais, mas nunca mais mesmo,
não volte nunca mais aqui.
 

Diego de Andrade
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