V - Que beleza você tem!
Você é uma flor?
M - flores não andam pelo chão.
E você quem é?
V - Sou seu súdito, bela donzela.
Um velho que enxerga o paraíso,
que não tem juízo, minha senhora.
Os teus olhos são graciosos, minha rosa.
M - Por que me falas assim meu senhor?
Estou de faces rubras como a flor em botão.
V - Venha comigo minha rainha, meu amor, meu coração.
M - Que pressa é essa, que falta de razão!
V - A tua beleza me tirou o prumo, o fogo me atiça.
M - Será que a tua idade lhe tirou a posse?
V - Eu amo como moço, com a metade da idade.
M - Que ideia desastrada!
V - Sim moça, sinto minha alma roubada.
M- Cuidado senhor, tanto prazer, pode a vida lhe tirar.
V - Sem o seu amor, vivo não quero ser.
M - Vossa vida não será lembrada, se a sua vida for tirada.
V - Você é minha morte antecipada.
M - Que romântico pena que para o senhor eu não tenha idade.
V- Ó! Que sorte ingrata a minha, quem mandou
um velho querer ser amante de uma menina.
Obs. Este poema foi adaptado por mim e traduzido
do português arcaico para o português normal. O seu titulo original é conhecido com o “velho da horta”, escrito por (Gil Vicente) em (1512), que no mesmo ano foi adaptado para uma peça de teatro que por sinal a introdução do texto foi encenada na presença de (D. Manuel 1º rei de Portugal). Obrigado pelo carinho da visita ao sair deixe um comentário ou uma simples critica.
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