Eu recomeço para decifrar o meu próprio mistério, mais uma noite fria e essa paisagem linda. Um trago a mais. Toda vez eu sei que trago a vida, trago a mim.

Trago em mim essa necessidade forte, de saber o que é a realidade, sem sair dela. Sem que ela me veja. Sem sonhar fingindo que é real.

Com a sanidade que me resta, ainda creio nesse caminho incerto. Sinto que mesmo assim me engano.

Para quem vê e ama é uma noite fria a mais. Eu sabia. Retiro-me da sala. Vejo a falta que sinto de tantas coisas, de tanta gente que afastei de mim, momentos que deixei de viver.

Não posso deixar mais isso acontecer. Não posso fazer isso comigo mesma, é um crime...

Preocupo-me demasiada com o julgamento alheio, que as minhas próprias vontades. Queria enxegar a onde está a verdade disso tudo?

Estou vivendo por alguém por isso, só por enquanto, ainda não estou plena. Ele não me faz mais feliz e já não há razão. Vai doer, mas já dói.

Era tão bom quando era tudo imprevisível. Mas também era vazio. Era meio um absurdo. Eu estava aí sem lógica de tudo. Sei que a maioria não entende. Zombam, ou simplesmente ignoram.

Mas o que eu preciso é viver pra mim.