Resquícios de vida

No tocante de nossa insanidade

Buscamos abrigo para os fragmentos de vida que nos restam

No incessante descompasso desse equilibrio inexistente

Refugiamos temores e tristezas, conquistas falsas , vitórias infundadas

Herdadas do caos e do fracasso...

A medida que crescemos aprendemos a sangrar

Viciamos nessa dor, nessa inperfeição, nessa indolência

A cada dia somos tomados pelo cansaço

E nossos lábios tecem teias e redes que sufocam nossas gargantas

Transformam o sagrado no impuro

Transformam crenças em dúvidas

E incertezas em realidade

Caímos num abismo...

Estamos companheiros da solidão agora

Que desatina nossos ouvidos com um silêncio ensurdecedor

Apenas o medo transpira em nossos corpos frios...

Calmaria absoluta...encanto sublime...

Êxtase que transcende todo e qualquer mistério

Não há mais segredos...nem ar...nem vida

Arriscamos então tudo que nos resta

Um último suspiro...

A quem interessar possa.

 

 

Rainha das Fadas
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