04/01/06 09:24
Eu ainda perco o controle quando me esqueço pensando em você.
Lembro seus olhos grandes guiando meus movimentos. Atento e silencioso.
Ah, como é bom lembrar. Como é bom sentir, é como se ainda estivesse deitado em meu colo. É como se seu cheiro ainda morasse em mim.
Suas mãos ainda viajam em meu corpo. Você ainda viaja em mim.
Ficávamos ali (ou lá) e o nada era nosso refugio. Não precisávamos fazer escolhas, nem morrer por elas.
Eu e você e o tempo não existia... tudo ao nosso redor não fazia sentido e também não precisava fazer. A vida não precisa de sentidos, de direções. Amor, a vida precisa de amor e eu e você éramos amor.
Eu e você e nosso final perfeito. Nossos sonhos eternos, nossas manhãs de primavera.
Nossa canção e ritmo. Nossa vida... nossa doce vida. Nosso embalo, eterno embalo.
Eu ainda morro neste momento, neste espaço de tempo. Um disco cansado roda mais e mais rápido numa vitrola empoeirada. Um andante perfeito me envolve em lagrimas, em saudades, em vontades.
Eu e você e as noites de lua ausente. Não precisávamos de mais nada. Mais nada além de nosso abraço, nosso calor.
Eu e você e eu ainda te espero, ainda te quero, ainda te amo.
Volte e jure mentiras. Apenas volte e diga nada.
Eu e você... ainda podemos fazer acontecer. Ainda podemos cantar pro mar e dançar na chuva. Podemos jurar ao por do sol e correr na areia fria.
Eu, você e amor assim.
Eu perdôo, você apaga, o amor eterniza.
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