Amanhece...
Os lençóis, ainda quentes,
Denunciam, desfeitos,
O regozijo da noite passada.
Envolto por cálidas lembranças,
Manifesto nos lábios
O sorriso satisfeito.
Atento com altivez
À sensibilidade aflorada.
Em meio à sonolência,
Quase que por instinto,
Tateio a procurar.
Busca inútil.
Subitamente desperto,
Os olhos não crêem
Na ausência,
A consciência
Delata o sonho.
E como consolo,
Os olhos choram.
Henrique de Abreu
© Todos os direitos reservados
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