A PARTIDA DE UM NAVIO

A PARTIDA DE UM NAVIO

A PARTIDA DE UM NAVIO
 
Um navio que parte sem uma direção conclusiva.
Portos! Saudades! Um adeus! Ou talvez uma volta.
Navego em busca de alguma captura! Capturas decisivas.
Trafego mares e ruas! Caminhos e distâncias sem revoltas.
 
A direção é tomada pelo meu instinto clandestino.
Enfrento tempestades! A fúria do mar! Enfrento meus pensamentos.
Fito a clarabóia! Vejo o sol! Mas vem uma chuva sem destino.
Molha meus medos que se transforma em vento! Seus ventos.
 
Navios invisíveis que só são vistos em noite de lua cheia.
Navios fantasma que atormentam um passado inteiro.
É uma embarcação a luz de vela! Uma luz o que me clareia.
Sombra da noite! Há um guia! Um guia que ascende o candeeiro.
 
Escolhos passageiros que podem fazer comigo essa viagem.
Escolho você! Escolho o vento que te leva essa canção.
Ah! Atravesso as brumas de um rio! Vejo miragens.
Absorvo a acústica da bússola! Ela aponta para seu coração.
 
Estruturo no convés a realidade! Mentiras obsoletas.
Devaneio! Minha solidão permite ultrapassar o universo.
Faço versos! Rabisco algo imprescindível! Sou de veneta.
Se canto te atraio! Se choro te afasto! Sou seu reverso.
 
A partida não tem ponto final! É apenas o recomeço dessa parada.
Estou ancorada num porto! Estou observando o mar.
Sustento essas linhas sem pensar no futuro! Estou estagnada.
Mas em contrapartida posso navegar sem ninguém me achar.
 
Minhas estrofes são longas! Precisamente minha história.
Sou mistério mesmo para quem me julga! Sou cheia de segredos.
Tenha a lua como ninguém tem! Gravei na minha memória.
Meu navio é meu ancora! Parto! Flutuo meus desejos.
 
Soraia
 

Uma partida sem um porto seguro...

por ai..

Cigana
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