Uma caminho de contornos sem igual...   
Nossa casa, nosso pulso, nosso coração...   
... e havia apenas uma aura invisível   
circundando nossos corpos,   
nos tornando fluorescentes,   
distinguindo os reais donos de cada poste.   
   
Um instante apenas para olhar teu rosto bonito,   
nos envolver na noite cinzenta da grande São Paulo .  
Teu sorriso ao entrar por nossa casa   
a vida tornando- se simples com o brilho   
dos teus olhos   
e os corredores de entrada,   
ladeados de palácios   
nem precisavam de tanto encanto   
para sentirem me mais feliz.   
   
Existem poemas em nossa boca,   
o concreto é nossa cama,   
a imensidão o nosso teto   
e o povo,   
boquiabertos vizinhos.   
   
Tudo torna se tão simples   
e o vaivém nas pistas, batidas   
invisíveis crianças correndo,   
tal como os arranha-céus,   
dedicados sentinelas,   
ladeando nossos passos,   
guardando o que há por vir...   
   
Estamos em nossa casa...   
De repente somos apenas um, sob um teto de estrelas
em plena sala de jantar   
e não há prato mais fantástico   
que o sabor de roubar te um beijo no encanto   
em plena via pública...   
O jardim de nossos sonhos;   
um parque adornado de mascotes;   
nosso quarto;   
quilômetros de luzes erguidas no ar do nosso teto...   
   
Uma avenida,   
nossa casa sempre cheia, loucuras   
a felicidade soa como música,   
o caos de tantas vidas...   
Uma avenida,   
nosso quarto,   
o quintal de nossos sonhos.   
   
Paulistas se encontram rápido   
nos contornos sempre iguais,   
nos salões de nossas festas,   
no quintal de tantos sonhos...   
   
Paulista nossa casa, perdição   
o coração de Sampa é nosso quarto,   
a imensidão é nosso teto   
e o povo,   
boquiabertos vizinhos.   
 

Paulo Cesar Franco
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